A síndrome do ovário policístico é uma doença relativamente comum que atinge mulheres em idade fértil, e seus primeiros sintomas geralmente aparecem a partir da menarca (1º menstruação), porém muitas vezes são ignorados e pode-se demorar a ter um diagnóstico preciso, e com isto iniciar um tratamento verdadeiramente adequado.
O diagnóstico para a síndrome se realiza basicamente por uma análise de exclusão, onde são solicitados alguns exames como ultrassom pélvico ou transvaginal, exames de sangue para medições hormonais, contudo, o principal fator de identificação está mesmo no questionário clínico. É necessário que sejam excluídas as possibilidades de outras doenças, e que a mulher apresente dois dos três critérios a seguir:
1. ausência de ovulação ou menstruação irregular;
2. aumento dos níveis de hormônios masculinos (hiperandrogenismo);
3. cistos nos ovários.
Além disto, também existem outros sintomas a serem investigados, como: muito apetite por carboidratos, excesso de peso, acne, aumento de pelos, gordura abdominal, fadiga excessiva, e resistência à insulina.
Pela grande variedade dos sintomas, foi observado que existem diferentes fenótipos para essa mesma doença, ou seja, a cada dado grupo de mulheres com SOP os sintomas variam.
Assim, os fenótipos para a SOP foram divididos em 4 grupos de acordo com a existência de sintomas agrupados, sendo:
Fenótipo 1/A: ausência de ovulação e menstruações irregulares, hiperandrogenismo com excesso de pelos, e a presença de cistos nos ovários; esse é o mais comum e acomete a maior parte das portadoras.
Fenótipo 2/B: hiperandrogenismo e existência de cistos nos ovários.
Fenótipo 3/C: ausência de ovulação, menstruações irregulares e a presença de cistos nos ovários.
Fenótipo 4/D: hiperandrogenismo e ausência de ovulação, contudo pode haver menstruação normal.
No contexto do tratamento, é importante saber com qual fenótipo se está lidando, porque assim é possível traçar um plano de tratamento que favoreça cada mulher. A base das mudanças de estilo de vida se mantém a mesma, mas a fim de individualizar o tratamento pode ser interessante ter esse conhecimento para aprimorar a qualidade de vida dessa mulher e atingir o seu objetivo, como uma gestação por exemplo.
Referência:
HALBE, Hans Wolfgang; CUNHA, Donaldo Cerci da. Síndrome dos ovários policísticos, seus fenótipos e influência do estilo. Diagn. tratamento, p. 159-164, 2007.